Quase duas semanas depois estou de volta. Distante não por falta do que dizer, mas sim por não conseguir, ou não poder, talvez por achar que não tenha porque dizer, ou então pelo simples fato de que dizer incomoda. As pessoas esperam sempre algo positivo e eu também espero e prefiro ler coisas agradáveis, românticas. Mas infelizmente não tenho o romântico, o divertido ou coisas que interesse aos outros para dizer ou escrever. Tenho dentro de mim a escuridão, a dor, a desesperança, a descrença, a decepção e frustração.
Não vejo justiça nas coisas que tem acontecido. Não vejo razão de o honesto sempre ter dificuldades e da vida do desonesto ser tão fácil. Não entendo porque uma mulher que é capaz de abandonar seu filho ser tão fértil enquanto a que sonha em ser mãe tem dificuldades pra realizar seu desejo ou até mesmo não conseguir realiza-lo. É inaceitável pra mim a realidade existente neste mundo.
É inaceitável o comportamento humano de coisificação do outro, o sentimento de possedo outro, a incapacidade de enxergar o outro com suas peculiaridades. Estou farta do egoísmo, do preconceito, da falsidade. E acima de tudo do desrespeito ao direito de sentir, de dizer. Por fim talvez meu silêncio se deva ao fato de que o que digo gerar desestabilidade no outro. Calei-me por esses dias buscando a falsa sensação de paz, para não ter que me explicar, mas não tive meu objetivo alcançado.
Então prefiro expressar minha indignação com as coisas deste mundo , me atinjam elas diretamente ou não. Seja este texto de interesse alheio ou não, escrevo aqui pra aliviar que seja por alguns segundos minha alma e mente de todo esse emaranhado de sentimentos e pensamentos.
